Morava muito próximo dos irmãos Caires, o que ajudou a enriquecer a paixão do garotinho pelos carros rápidos e barulhentos no meio do século passado. Mais tarde, passou a dividir seu tempo entre os estudos e a oficina mecânica do cunhado. Logo, foi tomando gosto pela velocidade e com o pretexto de amaciar os motores dos carros que pela oficina passavam, ia para a pista de Interlagos passar tardes acelerando os recém reformados veículos.
A oficina, com o tempo, virou "point" de pilotos, e assim o Peroba (como era conhecido) teve a oportunidade de conhecer Bird Clemente. Começou a correr oficialmente com 19 anos, mas já conhecia o traçado e as manhas de Interlagos como poucos. Foi se especializando em provas longas. Venceu 3 vezes os 500km de Interlagos, com um Renault Alpine.
Em 1969 vai pra Inglaterra, correr de F-Ford pela equipe de Stirling Moss. Vence 6 corridas e sobe 10 vezes ao pódio. Vice campeão, por ter iniciado em maio, e não no começo.
Após esse campeonato promissor, teve conversas com Bernie Ecclestone e Max Mosley, então donos de equipes de F1, sem sucesso. Voltou para o Brasil e integrou a equipe mais famosa no nosso automobilismo: a Equipe Hollywood.
Na primeira prova de F1 no Brasil, em 1972, a equipe Hollywood alugou um March e pintou com suas cores. Luiz Pereira Bueno classificou em 10º e chegou em 6º. Voltou a correr na F1 em 1973, com um Surtees alugado, e nos treinos, após duas voltas, Bueno parou e disse que o carro estava inguiável. Surtees disse que talvez ele não tivesse o “dom” necessário para pilotar um Formula 1. Feita mais duas voltas, novamente Bueno reclamou, então José Carlos Pace, piloto oficial da Surtees, experimentou o carro e nem completou a volta retornou ao box e disse a Surtees, que o carro estava sem condições de pilotagem.
Constatou-se então que na montagem apressada os mecânicos tinham invertido um dos triângulos dianteiros e com isso o carro tinha uma medida diferente para cada lado do entre-eixos. De imediato, Surtees me pediu mil desculpas
Luiz Pereira Bueno
Nesse mesmo ano, na Divisão 3, eternizou os Opala e Maverick patrocinados pela Hollywood. Ficou como as últimas imagens desse eterno pioneiro do nosso automobilismo.
O céu está mais veloz hoje, dia oito de fevereiro de 2011, com a passagem do nosso Peroba.