quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Coluna exclusiva: Diego Augusto comenta a 8ª etapa Marcas Light

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Diego Augusto achou o muro no início da classificação no sábado e destruiu a frente do carro da foto ao lado. Parecia que o final de semana tinha acabado antes de começar, mas...

Bom, vou deixar que o próprio piloto conte tudo.


Foi sem dúvida um final de semana inesquecível.

A minha corrida começou, ou terminou no sábado. Quando eu saía dos boxes para classificação, com uma besteira 110% de culpa minha, ao provocar a traseira do bólido para checar um ajuste de calibragem em plena reta oposta(sem ainda ter dado nem uma volta), a "Berenice" (apelido carinhoso do Corsinha branco) escapou dos meus comandos, e batemos "juntos" a uns 80km/h de frente no guar-rail. Eu naquela "leve" adrenalina da classificação, não consegui sair pela porta do motorista sendo obrigado a me retirar pelo lado do passageiro.
Quando pulei o guard-rail e dei uma olhada na frente da "Berê", tinha praticamente certeza de que meu campeonato terminaria ali naquela tremenda barbeiragem. Então já um tanto quanto emocionado e adrenalisado, eu só pensava em como avisar aos meus patrocinadores (já eufóricos com a disputa do domingão) sobre a pancada e avisa-los que eles poderiam dormir até mais tarde, pois eu não participaria da prova. O Medical Car chegou e me deu uma carona até meu box onde eu cheguei e estavam todos os outros competidores parados esperando a retirada da bandeira vermelha que eu havia causado. Nessa hora eu não conseguia falar com ninguém de tão nervoso que eu estava.
Respirei fundo, peguei coragem e fui falar com o Juan(meu chefe de equipe), que fez a seguinte pergunta: "E ai, estragou muito, você acha que da para arrumar até amanhã?" E eu respondi: "não Juan, creio que não", e ele retrucou, "relaxa, você vai correr amanhã".

Então já mais tranquilo, porém ainda um pouco assustado, eu fui para o briefing com os outros pilotos que ainda não tinham entendido minha façanha.
Quando retornei para o meu box, me assustei com o estado da "Berê" que já estava parcialmente desmontada e ao fundo vi um outro carro (corsa) que eu nunca tinha visto em nossa equipe.
Esse carro foi o que eu chamo de minha segunda chance. Entrei no carro, e começamos tudo do zero: ajustar o banco, cinto de segurança, peso, espelhos, e enquanto fazíamos esses ajustes, eu já estava pendurado no celular agilizando os adesivos para que ficassem pronto ainda na mesma noite(15/08/09).
Fui pra casa, tomei um banho e fui buscar os adesivos, fazer compras no supermercado(para a sala dos convidados) e buscar umas cadeiras na casa de um vizinho meu que sempre me as empresta. Fui dormir la pra 01:00 da manhã, já tranquilo com a idéia que eu realmente participaria da corrida.

Acordei domingo umas 06:00, acordei meu pai, e fomos para o autódromo. Começamos uma verdadeira corrida pré-corrida: adesivamos o "novo" carro, arrumamos a sala vip, e enquanto eu me trocava, meu pai continuou adesivando. Entrei no carro, me amarrei e com o box já aberto meu pai colou o último adesivo.
Saí dos boxes feito uma bala(afinal eu não tinha nem treinado com o carrinho), passando outros pilotos e já procurando um certo limite de aderência e frenagem para já ir me acostumando.

Larguei em último(26º), na primeira volta eu passei 4 carros, e daí por diante eu fui passando uma média de um carro por volta conseguindo um 11-lugar(3 lugar pela light). A minha corrida até que foi tranquila, tirando o calor que fazia tanto dentro como fora do carro. Não houve toques e nem saídas de pista.
Ao terminar eu já tinha esquecido o que tinha acontecido no sábado, e não via a hora de começar a segunda bateria, pois eu largaria atrás do meu amigo, e ao mesmo tempo "arqui-rival" Claudio Roscoe (ASKER), e sabia que se o carro se comportasse igual a primeira bateria eu tinha grandes chances de melhorar minha colocação.

Na segunda bateria eu até que larguei bem, só que como a pista estava enxarcada de óleo, tive de ser calteloso nas primeiras voltas. Consegui ultrapassar o Claudio na terceira volta ficando assim em primeiro da light no encalço do gol (26-super) pilotado por Fragnani JR, gol(89-super) Vicente Passarelli, gol(3-super) Cristhian Mohr e o gol(69-super) Renê Junqueira, e claro que com o Roscoe no vácuo esse tempo todo. Esses 4 pilotos da super estavam em uma disputa muito acirrada, com vários toques e algumas saídas de pista, a corrida para mim estava bem quente, eu tentava manter o primeiro lugar pela light segurando o Claudio e ao mesmo tempo não querendo entrar nesse grupinho da bagunça. A disputa pra mim ficou tão quente que o carro começou a esquentar demais, eu não conseguia fazer com que o carro "respirasse" com esse loucos na minha frente, então na oitava volta o carro começou a perder rendimento.

Faltavam 3 voltas para o fim. Não tinha como mais segurar o Claudio que me passou na nona volta. Eu estava virando de dois a três segundos mais lento por volta, o que me ocasionou a perca de mais duas posições, para o gol 10 do Mattos e para o gol 8 de Ricardo Lima. Como o gol 10 foi penalizado em 20 segundos por queima de largada, eu fui o terceiro pela light mais uma vez.

Que final de semana mais louco, e eu só tenho à agradecer a Arias Motorsport, ao Bolívar que me emprestou esse carro e a todos os meus patrocinadores: SCHIOPPA rodas e rodízios do Brasil, REPLAS distribuidor de termoplásticos, NC gráfica, PIERALINI POLÍMEROS, CEAVIL materiais elétricos e automação, POLIMAN comércio de resinas termoplásticas, SOEX indústria e comércio de plásticos, meu pai pela adesivação relâmpago, minha família, por aguentar essas emoções, e a todos vocês do automobilismopaulista.net, que têm dado esse força incrível.

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